quinta-feira, 19 de setembro de 2013

SISTEMAS DE JOGO E SISTEMA TÁTICO: COMO ENTENDO...


Sistemas de jogo e sistema tático: como entendo...

       Nas análises que temos visto acerca de resultados e rendimentos de equipes, principalmente aqui no Sul, onde existe esta eterna gangorra envolvendo Grêmio e Internacional, nos deparamos com uma carga muito grande de passionalidade e de explicações as vezes não muito técnicas.
        Vou me ater ao desempenho do time que torço, o qual acompanho mais atentamente e que assisto a quase todos jogos, com um pouco de paixão mas sempre utilizando a razão para fins de estudo.
       O Grêmio conseguiu alguns bons resultados usando um sistema de jogo combatido por muitos que o taxam de defensivo.
      Primeiro há que se dizer que qualquer sistema de jogo pode ser defensivista ou não, depende do sistema tático a  ser empregado.
      O que seria esse sistema de jogo, então?
      De uma forma mais simples para entendimento, sistema de jogo é esta nomenclatura que se dá para uma disposição de atletas em campo, tipo 4x4x2, 4x3x3, 3x5x2, 4x3x2x1 e por aí vai.
      Já sobre sistema tático, me atrevi a dar um conceito, a partir de muito leitura e estudo,  de grandes estudiosos do esporte, onde entendo que: “É A DISTRIBUIÇÃO FUNCIONAL E INTENCIONAL DOS ATLETAS EM CAMPO, PARTINDO DE UMA ESTRATÉGIA DEFINIDA, SEM DENOMINAÇÃO NÚMERICA NA APRESENTAÇÃO PORQUANTO ESTÁ IMPLÍCITA NA INTENCIONALIDADE E FUNCIONALIDADE DA AÇÃO.”
     O que seria isso?
     Cada treinador monta sua equipe e coloca suas estratégias para enfrentar os adversários, e precisa utilizar um sistema  de jogo, ou criar um, e dar função tática para seus comandados.
    Estas funções táticas comporão a movimentação de seus atletas e deve ser entendida como “mobilidade tática”,  ou seja, a partir daquilo que o treinador quer  e ele explicará, ou melhor, treinará, seus atletas se disporão em campo e se movimentarão.
    Por isso: “A MOBILIDADE TÁTICA É DIRETAMENTE PROPORCIONAL À CAPACIDADE DE RECONHECER E ANALISAR O ESTÍMULO RECEBIDO.”
     E o que seria este estímulo?
     Seria a movimentação dos adversários, a movimentação da bola, enfim, tudo que ocorre na partida e que pode desencadear um movimento.
     Bem, isso são teorias que utilizo para explicar, da forma que entendo, sistema de jogo e sistema tático, bem como mobilidade.
     Agora, especificamente em relação ao Grêmio, entendo que alguns jogadores são afeitos a alguns sistemas e  movimentações,  e outros não.
     Quando o time usou o 3x5x2, com volantes compondo o meio campo, jogadores de marcação, sem característica de atacarem ou se posicionarem pelos lados do campo, houve uma liberação dos laterais-alas, os quais produziram muito bem nestes jogos. Quando a equipe perdia a bola, a recomposição defensiva era mais bem feita pois estes volantes, meio campistas, estavam mais próximos e recompunham mais facilmente uma linha atrás da bola.
      Ao mudar,  um atleta, que tenha característica mais de atacante, que conduz mais a bola, e que usa a lateral do campo, este atleta “atrapalha” a equipe pois estará mais distante quando tiver de recompor o sistema defensivo e mais ainda, prenderá muito a bola na saída de trás e geralmente, se perder a bola, deixará os defensores mais expostos aos atacantes adversários.
     Traduzindo isso, quando tiver jogadores que “pisam” na bola, que cadenciem o jogo, tipo Elano e Zé Roberto, o time perderá o apoio dos laterais em velocidade, e poderá ocorrer uma  exposição a contra-ataques, devido a dificuldade de recompactação defensiva.
     Não quero dizer que eles não possam jogar, o que precisa é treinar a movimentação deles e torna-los mais velozes em suas mobilidades táticas. Mas aí é questão de características individuais e requer um tempo de adaptação ao sistema a ser usado, mais ou menos defensivo no aspecto tático.
     Então, é importante saber que sistemas podem ser ofensivos ou defensivos a partir da disposição tática que se quer utilizar em campo e principalmente das características dos jogadores empregados.
    Por isso, muitas vezes alguns atletas não desenvolvem bem  com alguns treinadores e são maravilhosos com outros, e também, em determinadas situações de mobilidade se perdem pois não possuem as características adequadas.
    Vejam bem, não quero então dizer que este ou aquele sistema de jogo é melhor, que este ou aquele sistema tático supera o outro.
    O que quero deixar claro é que mobilidade tática é que fará a diferença, com a leitura do treinador, com a colocação dos atletas certos para as funções e movimentações  que queira.
     E  aí, treinar e observar o que será feito em cada jogo, contra cada adversário, pois da mesma forma que temos objetivos, os adversários também os tem.
     Fica para reflexão e discussão do exposto, sem que eu queira ser o dono da verdade!
     Grande abraço a todos!

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